Apesar de todo meu ceticismo, o Vision Pro me convenceu
Não, não comprei um Vision Pro e nem pretendo comprar um tão cedo. Mas este é o primeiro dispositivo desse tipo que despertou meu interesse. Aparentemente, a Apple acertou a mão outra vez.
O Vision Pro não é o único óculos de realidade aumentada a venda no mercado, mas por alguma razão, sempre olhei para esses dispositivos como algo voltado para gamers. E como não tenho habito de jogar, eles nunca chamaram minha atenção.
Computador
Desde de o início, quando a Apple demonstrou o Vision Pro pela primeira vez, ficou claro para mim que o equipamento estava sendo posicionado como algo para todo tipo de pessoa. Porém, talvez por conta da impressão errada que eu tinha, continuei com a mesma visão e desinteresse de antes. Por outro lado, gosto de tecnologia e continuei assistindo vídeos e lendo artigos até que o inesperado aconteceu. Mudei completamente minha forma de pensar. O clique veio quando assisti um vídeo do Casey Neistat e finalmente percebi que o Vision Pro não é um equipamento para gamers ou geeks.
Ainda assim, nunca pagaria por volta de US$4,000 (incluíndo taxas e alguns acessórios) por um dispositivo de primeira geração. Mas o video do Casey me fez clicar em outro e depois outro e outro e o que eu vi foram pessoas usando um computador que tem potencial para funcionar bem em uma mesa de tamanho mínimo e ainda assim ter várias telas enormes.
Naquele momento, fui ao futuro e voltei pensando em todas as possibilidades. Por exemplo, um escritório com várias pessoas usando óculos de realidade aumentada não precisará de muitas mesas grandes. Basta uma bancada para colocar o MacBook de cada um e pronto. Se é que o MacBook será necessário em futuras versões. Se é que ainda existirão escritórios no futuro. Mas enfim.
E por falar em alternativas, apesar de tentar várias vezes, nunca consegui usar o iPad como um substituto do Mac. A Apple investiu muito em publicidade tentando convencer as pessoas, mas aquilo simplesmente não é um computador.
Apesar do enorme potencial do equipamento, o iPadOS é extremamente limitado e tudo que faço lá leva muito mais tempo porque os caminhos são todos mais complicados. O Vision Pro, por outro lado, pode simular um computador de verdade quando conectado a um Mac e isso faz toda diferença.
Aplicativos
Porém, por melhor que seja o computador, são os aplicativos que fazem dele uma ferramenta útil. E até onde pude entender, o Vision Pro, quando conectado, basicamente substitui a tela do Mac, o que, por sua vez, nos conduz de volta à velha pergunta: por que não há um Mac com tela touch? Enfim, isso é assunto para um outro momento.
É importante também lembrar que a biblioteca de software para macOS é só uma parte arsenal. Não tenho duvidas de que o visionOS provocará uma enxurrada de ideias inovadoras como o que presenciamos no início da era do iPhone.
E claro, os que enxergam e usam o iPhone ou iPad como um computador estão também em boas mãos, já que aplicativos da App Store podem ser usados no Vision Pro.
Comprar ou não?
Tudo que eu disse até o momento não muda o preço insano do Vision Pro e jamais gastaria todo esse dinheiro em um equipamento de primeira geração. Por exemplo, meu primeiro iPhone foi um 3GS e em retrospectiva, penso que eu deveria ter esperado até o 4S.
Mas de uma coisa eu tenho certeza, a Apple acertou novamente. Este é um equipamento que possivelmente vai gerar algum grau de interesse no grupo de pessoas que jamais pensou em comprar um óculos de realidade aumentada ou virtual. Ao menos de minha parte está claro que consigo me ver comprando um futuro modelo menor, mais leve e muito, muito mais barato do que esta primeira versão.
Quem sabe o Vision Pro vai fazer as ações da Apple subirem o suficiente para que eu possa comprar o meu sem gastar nada. Quem sabe conseguirei pagar por uma futura versão “4S” com o lucro da venda de algumas das minhas ações da Apple.